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Gravidez, parto, amamentação×

por Claudia Zogheib


Considerando a importância do vínculo mãe- bebê para o desenvolvimento sócio afetivo infantil e a função cumprida pela amamentação e pelo parto na promoção deste vínculo, esta apostila tem como objetivo destacar alguns pontos sobre a gravidez, o desenvolvimento do bebê, o ato de amamentar e os cuidados com o bebê no período de pós- parto, para as mães e os pais que queiram preparar-se para sua futura função, aprendendo sobre o que está acontecendo, além da barriga que cresce: e como cresce!

Sabemos que a interação mãe-bebê, compreendida como alicerce para o desenvolvimento infantil como um todo é marcada desde o início pelas concepções sobre o parto, e deve ser considerada como um processo que se estabelece de forma dual e gradual, no qual a mãe e bebê participam ativamente. Este vínculo proporcionará à criança experimentar sentimentos de confiança e sensação de segurança e bem-estar, sendo de importância vital para o desenvolvimento infantil.

Logo, esse laço afetivo deve, sempre que possível ser estável e harmônico a fim de que se previnam possíveis ameaças à construção do vínculo entre mãe e bebê. O bebê precisa se sentir desejado e amado para que seu desenvolvimento possa ocorrer de forma protegida, preservando-se os riscos acarretados por situações de vulnerabilidade na gravidez que podem gerar consequentes atrasos no desenvolvimento e dificuldade na relação mãe-bebê.

Assim, o vínculo representa uma base importante para o desenvolvimento na infância. Os adultos com quem a criança interage serão agentes privilegiados de construção desse vínculo através das suas condutas de solicitação, contato íntimo, vigilância e acompanhamento do desenvolvimento infantil.

Mamar no seio da mãe é uma experiência de grande riqueza para ambos. Entretanto, a possibilidade de amamentar, assim como a condição emocional de que o pai acolha tal vivência e dê suporte à dupla, está relacionada às representações psíquicas construídas ao longo da história e pré-história de cada um dos pais, cujos traços inconscientes podem contribuir ou atrapalhar essa dinâmica.

Gravidez, o que está acontecendo dentro e fora da barriga?

Com o advento das novas tecnologias nos últimos trinta anos, principalmente com a ultrassonografia, tornou-se possível um grande avanço nos estudos sobre psiquismo pré-natal, campo este considerado amplo e novo não somente no âmbito das ciências, mas também de fundamental importância para a psicanálise, cujo objeto de estudo é o inconsciente.

O feto, que antes era considerado um ser inacessível, passa agora à condição de um ser inteligente, sensível, que mesmo antes de nascer já pode perceber a luz, sentir, tocar, ouvir e até mesmo reagir a situações que lhe são desagradáveis. O feto passa agora à condição de um ser humano em formação que tem capacidades de memorizar estímulos, e que está exposto principalmente à forma como sua mãe vive a gravidez, o que poderá afetar o seu desenvolvimento físico-emocional. Tudo isso devido à sensibilidade a estímulos sensórios que o feto possui.

Neste contexto, percebe-se que não é apenas o trauma do nascimento que marca inconscientemente o indivíduo, mas sim a forma com que o feto percebe e vivencia suas experiências pré-natais, que irão constituir suas vivências emocionais no decorrer da vida.

Todos os fatos que ocorrem no período pré-natal recebem registros mnêmicos (relativo à memória), e estes registros ficam guardados no nível do inconsciente, e todas as vivências que o feto passou enquanto estava no ambiente intrauterino poderão, de forma inconsciente, influenciar futuramente na sua personalidade, conduta e comportamento.

Hoje sabemos que o feto é um ser que reage a estímulos tanto internos como externos. Reações observadas através da ultrassonografia em determinadas situações apontam para uma existência de respostas emocionais como de medo e pânico. Fetos de mulheres grávidas em estado de estresse intenso apresentam batidas cardíacas mais aceleradas, e respostas motoras mais intensas. Eles expressam seus estados emocionais de agrado e desagrado por meio dos seus comportamentos, como pontapés, chutes, movimentos intensos e frequentes.

O sugar é uma das primeiras atividades observadas. Essa atividade passa a ser tão frequente que certos bebês nascem com calos em seu dedo polegar, o que comprova a intensa atividade de sugar que ele desempenhou durante a vida intrauterina.

Por volta de 12 semanas o feto inicia sua atividade de engolir, interage com o cordão umbilical e com outras partes do corpo, o que comprova que ele tem muitas e variadas oportunidades de contato e estimulação tátil em seu ambiente. As atividades executadas por ele não são sem propósitos. A deglutição serve para que o líquido amniótico sirva de alimento e regule o volume de ingestão; seus movimentos são vitais para o desenvolvimento das articulações e ossos e as experiências sensoriais são fundamentais para o desenvolvimento do cérebro.

Pesquisas mostram que o recém-nascido prefere e se acalma com músicas que ouviu durante a gestação, com isso acredita-se que a sensibilidade musical possa começar a

se formar dentro do útero, devido à capacidade de estímulos auditivos já presentes neste período.

Ele vive num espaço flutuante e amplo, onde têm os seus membros e o corpo livre para movimentar-se. Estes movimentos espontâneos podem começar por volta de cinco semanas, mas devido ao amplo espaço uterino que existe no início do seu desenvolvimento estes só são detectados por sua mãe por volta dos quatro ou cinco meses de gestação. O tato é outro sentido bem desenvolvido por volta de quatro meses. O toque, as carícias são importantes para o desenvolvimento do feto, assim, ao massagear a barriga, tocá-la, faz com que o feto sinta que está sendo acariciado, e perceba que está recebendo devida atenção.

Experiências visuais durante o período pré-natal parecem serem muito limitadas. Estudos mostram que algum tipo de luz pode penetrar as paredes abdominais da mãe, o que comprova que o útero não pode mais ser considerado um ambiente escuro e sim um ambiente que pode ser iluminado e, portanto, o feto ser estimulado visualmente.

No fim do segundo trimestre de gestação, de acordo o bebê "sente e sabe que existe". O bebê ainda não entende o que está acontecendo, mas ele tem a capacidade de guardar as memórias. Obviamente ele sente porque reage a estímulos tanto internos como externos, ele já ouve, apresenta capacidades gustativas, apresenta expressões de agrado e desagrado.

As marcas deixadas por tais situações de stress durante a gestação vão se constituir em imprints negativos, núcleos geradores de pessimismo e desesperança, e a partir destas, no decorrer da vida, são emitidos sinais negativos do tipo: "não sou desejado", "não sou querido", "não sou aceito", "não sou acolhido", "não pertenço", reproduzindo, em outro nível, a angústia sentida pelo ser por ocasião do primeiro registro pré-natal. Os sentimentos negativos intensos e profundos têm suas raízes nesta fase da vida que são assimilados pelo indivíduo como sentimentos de abandono, desconfiança e rejeição.

Para diminuir os efeitos nocivos ao feto, gestante deve aumentar os períodos de descanso, oferecer-lhe apoio afetivo ao bebê durante e pós- gestação, conversar com ele, esclarecendo-o dos acontecimentos.

Embora não haja compreensão das palavras, o feto capta o sentido do que lhe é dito e se tranquiliza. Assim, o vínculo mãe-bebê não é quebrado.

O contexto no qual se desenvolve a gravidez é extremamente importante, pois a história dos pais e daquela relação irá influenciar no resultado da gestação e nos cuidados com o filho. Que lugar a criança ocupa nesta família? Os pais têm um bom relacionamento?

É fundamental que exista uma qualidade no vínculo entre o casal no momento da concepção e durante a gravidez. É importante para o equilíbrio da relação entre mãe- bebê, pois o feto consegue captar os estados afetivos maternos, tanto os de felicidade, tranquilidade e satisfação quanto os de ansiedade, raiva, depressão e estresse.

Cuidados Importantes pós-parto

O pós-parto constitui-se um importante período para toda a família, em especial para a mãe e o bebê, pelo estado de sintonia bastante afinada em que se encontram.

Os primeiros dias de vida do bebê são os mais importantes para realizar exames e identificar possíveis doenças, além do pediatra fazer um acompanhamento especial também depois da saída da maternidade.

O primeiro exame a ser feito é praticamente uma avaliação de todas as partes do corpo do bebê. Quando o bebê nasce é feito um exame nos primeiros minutos de vida, que recebe o nome de Boletim de Apgar. "Ele analisa alguns fatores como respiração, frequência cardíaca e tônus muscular, gerando notas para verificar como o bebê está respondendo às condições fora do útero".

A primeira avaliação é feita para determinar de imediato o tipo de cuidado que o bebê vai precisar e logo depois é feita a pesagem, medições e exames mais detalhados. Todo bebê deverá realizar a tipagem sanguínea, testes do olhinho, orelhinha, pezinho e atualmente também o teste do coraçãozinho.

Nos primeiros dias de vida o recém-nascido passa a maior parte do tempo dormindo, e chega a dormir cerca de 20 a 22 horas por dia, com pequenos intervalos de vigília para mamar.

Após a alta hospitalar o recém-nascido deve ser levado ao pediatra com 10 dias de vida para avaliação do ganho de peso. Como existe perda ponderal significativa logo após o nascimento, até por volta do 7º dia de vida, o 10º dia é um marco, pois é quando a criança deve estar com o peso de nascimento. Posteriormente, uma vez por mês ou com mais frequência, se necessário. Um dos principais acidentes incluem o afogamento e queimadura durante o banho. Para não correr esse risco, a mãe deve sempre mergulhar o cotovelo na banheira e deixar por 1 minuto para que perceba a temperatura da água. Quanto ao afogamento, pode ser evitado se a mãe mantiver uma das mãos seca e sempre segurando a cabeça do bebê.

Amamentação

A mulher se torna mãe e seu seio produz o leite que vai alimentar o bebê por dois anos ou mais. Apesar de natural, o processo pode trazer às mulheres questões, dificuldades ou apenas ansiedades.

A amamentação está ligada ao aspecto emocional. Apesar de ser um processo mecânico, está totalmente vinculado ao emocional. A descida do leite é regulada por hormônios e o leite materno é muito mais que alimento nutricional, propicia conforto e aconchego, é alimento para a alma. O leite materno se modifica conforme a criança cresce, ele é vivo e tem o sabor dos alimentos que a mãe ingere. Um bebê amamentado é acolhido na medida de sua necessidade, uma mãe que amamenta está na plenitude de sua função materna, por isso mesmo, ela precisa do suporte das pessoas ao redor.

Alguns mitos precisam ser derrubados para poder amamentar:

Não existe leite fraco ou leite que não alimenta. Também não é verdade que o bebê ficará dependente da mãe e isso será prejudicial. Pelo contrário, a vida das mães que amamentam é bem prática, pois elas não precisam se preocupar com o preparo de mamadeiras nem em medir a quantidade, elas são o próprio alimento e se fazem presentes. Outro mito é em relação ao preparo do seio, que não é necessário. Também há muitos mitos em relação ao trabalho, é perfeitamente possível que a mãe volte a trabalhar e continue amamentando, pela manhã e à noite.

No momento da amamentação é importante relaxar, manter a calma, confiar no corpo e no bebê e não desistir. Ao longo de anos, foi possível notar que, quando a mulher consegue amamentar, ela sente-se vitoriosa.

Pergunta clássica e que costuma ser feita quando a mãe já está desesperada com o bebê chorando sem parar: como faço para produzir mais leite materno?

O problema ocorre porque seu corpo está reagindo a algo errado, mas tudo é perfeitamente reversível. A dificuldade de fabricação do leite geralmente é reflexo de problemas emocionais, entre outros fatores.

Ansiedade, estresse, cansaço, tensão pós-parto e dores relacionadas à gravidez e amamentação podem reduzir a produção de leite, já que esses fatores jogam no corpo da mulher hormônios que inibem a descida do leite materno.

Busque a causa do estresse que te domina e tente domá-lo, e se possível faça uma consulta com sua psicóloga. Se dê o direito de repousar de verdade. Procure superar ou enfrentar situações difíceis de maneira mais harmoniosa e peça um pouco mais de apoio e ajuda do papai ou outra pessoa nos afazeres domésticos. O corpo da mulher às vezes funciona como uma bomba-relógio. Aprenda a desligar esse artefato, pois a calmaria, de uma forma bem didática, auxilia no funcionamento adequado do corpo.

Outra razão para o pouco leite é a amamentação incorreta ou (e) insuficiente do bebê. Quanto mais você der de mamar corretamente, mais o seu corpo vai produzir leite materno. É algo natural do corpo. O prazer em ver seu bebê mamando perfeitamente acaba liberando mensagens positivas ao cérebro, que automaticamente, "autoriza" a produção de mais e mais leite.

Tanto é que se a amamentação estiver perfeita, você vai ter leite para dar de mamar várias vezes ao dia. Isso acontece justamente porque a produção é estimulada devido à amamentação certa.

Se amamentar corretamente é fundamental para fabricar mais lente, precisamos ter noção de como conseguir uma amamentação correta. Vale algumas observações: O ideal é o bebê abocanhar toda a aréola do seio, e não apenas o bico.

O bebê quando põe a boca de forma errada no peito da mãe acaba trazendo dois problemas grandes. Ele pode ferir o bico do seio da mãe, causando dores fortíssimas e atrapalhando futuras amamentações. Além disso, por pegar errado o peito, consequentemente sairá menos leite do peito. E como já foi dito: se a amamentação for incorreta, a mãe terá mais dificuldade de produzir leite.

Veja só por que o pequeno deve pegar toda a aréola do seio. As "bolsinhas" que guardam o leite materno ficam posicionadas por baixo de toda a aréola do seio e, portanto, o bebê terá muito mais facilidade se tiver a boca em toda a aréola.

Considerações Finais

Toda especulação sobre fetos e gestantes, que tem surgido através da história e da evolução do pensamento, tem levado à evidência da existência de psiquismo no feto.

Isto nos faz pensar que possuímos a preconcepção da existência desse fato, que se vem manifestando e desenvolvendo através dos tempos, desde os pensamentos supersticiosos até a ciência interpretativa e intuitiva, que tem sido comprovada pela ciência experimental através da ultrassonografia.

Assim, o ato de engravidar, gestar, o parto, e a amamentação tudo o que o feto, o bebê e a criança experimentam constrói seu corpo, principalmente seu cérebro, e isto só é possível quando essa criança está vinculada a outro ser.

Por isso é importante à participação dos pais já no período intrauterino. Tratar da criança desde a gestação contribui para uma sociedade melhor, pois os cuidados e a forma com que os pais se relacionam entre si, e com seu bebê, garantem que a criança seja concebida com amor e carinho, e que se desenvolva de forma satisfatória.

Possibilitar o entendimento, dos envolvidos é de extrema importância, mostrando aos pais que todo o cuidado durante este período, através de compreensão, sintonia e respeito, favorece a estruturação da personalidade de uma forma mais sadia.

Referências:

Freud, S. Inibições, sintomas e ansiedade (1926 [1925]). In:  . Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Trad. de Christiano Monteiro Oiticica. Rio de Janeiro: Imago, 1976, (p. 107-201), v. 20.

Wilheim,   J.   (1997).   O   que   é   Psicologia   Pré-natal?   3.   Ed.   São   Paulo:   Casa   do   Psicólogo.

(2000). Psiquismo pré e perinatal. In: N. A. Caron (org.), A relação pais-bebê: da observação à clínica (p.  135-177).  São  Paulo: Casa do  Psicólogo.

 (2003). A caminho do nascimento: uma ponte entre o biológico e o psíquico. 2. Ed. São Paulo: Casa do Psicólogo.

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