Mitra Diocesana de Jundiai - Várzea Paulista - SP

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A invasão à Ucrânia pelo presidente russo Vladimir Putin completa hoje, dia 2 de março de 2022, sete dias e deixou o mundo amendrotado. Nesses dias, cenas de destruição, êxodo civil e explosões em pontos estratégicos do país e, especialmente, na capital Ucraniana, Kiev, tem sido vistas.

As notícias nos dão conta de um cenário de horror. Nos telejornais e nas redes sociais podemos acompanhar os fatos quase que instantaneamente. Muitos registros nos chegam de pessoas, de famílias inteiras buscando o exílio em terras vizinhas. E quantas histórias de cidadãos que resistem e lutam por seus direitos e por seu país.

Ao final desse texto, confira os links que trazem algumas dessas histórias.

Líderes religiosos têm apelado pelo fim da guerra

A guerra entre russos e ucranianos não se limita apenas ao cenário político, mas também à religião. De um lado, estão os cristãos ortodoxos ucranianos que apoiam uma igreja independente em Kiev. De outro, estão os ucranianos ainda leais à Igreja Ortodoxa Russa. Mas embora cada divisão da Igreja Ortodoxa defenda sua própria nacionalidade, a questão não se aplica diante dos recentes ataques da Rússia à Ucrânia. De ambos os lados, os líderes ortodoxos, bem como católicos e protestantes têm apelado pelo fim da guerra.

A maioria da população na Ucrânia é cristã (71,7%). Cerca de 67,3% dos ucranianos são cristãos ortodoxos (sendo 28,7% do Patriarcado de Kiev, 12,8% do Patriarcado de Moscou e 0,3% da Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana). Outros 23,4% se reconhecem simplesmente como ‘ortodoxos’ e 1,9% praticam tipos de ortodoxia.

Além disso, 7,7% dos ucranianos são cristãos sem filiação denominacional, 9,4% são católicos de rito bizantino, 2,2% são protestantes, 0,8% são católicos de rito latino, 2,5% são muçulmanos e 0,4% são judeus. (com dados de uma pesquisa de 2018 realizada pelo Centro Razumkov).

Os católicos ucranianos encontram-se principalmente no oeste da Ucrânia, com um histórico de resistência à perseguição sob czares e comunistas.

Os fatos nos mostram que toda vez que a Rússia assume o controle da Ucrânia, a Igreja Católica Ucraniana é destruída. Ao longo da história, os católicos ucranianos foram severamente reprimidos pelos soviéticos. Mas desde o fim do comunismo, muitos católicos ucranianos continuam se reunindo clandestinamente, e a igreja vem se recuperando.

Papa Francisco se oferece para mediar solução para a guerra entre Rússia e Ucrânia

Por sua vez, no dia 28 de fevereiro, o Vaticano pediu à Rússia que cesse sua ofensiva militar na Ucrânia e se sente à mesa de negociações na esperança de pôr fim à ofensiva por meio da diplomacia, que o Papa Francisco diz estar pronto para mediar.

O Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, gravou uma mensagem de vídeo aos participantes da 76ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que estavam na sede da instituição, em Nova York, nos Estados Unidos.

Dias antes, em 25 de fevereiro, o Papa Francisco foi até a Embaixada da Rússia junto à Santa Sé para transmitir sua preocupação com a invasão russa da Ucrânia ao embaixador russo, em uma quebra sem precedentes do protocolo diplomático. O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que o Papa passou cerca de 30 minutos na embaixada, que fica perto do Vaticano.

“Ele foi expressar sua preocupação com a guerra”, afirmou Bruni à agência de notícias Reuters.

 

No Brasil, Arcebispo lamenta o conflito

Diante da guerra, o Arcebispo da Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, localizada em Curitiba (PR), Dom Volodemer Koubetch, falou ao site da CNBB sobre a Igreja Católica Ucraniana no Brasil.

Tivemos notícias de que nosso Arcebispo Maior, Dom Sviatoslav Shevchuk, junto com outros sacerdotes, teve que se esconder no subsolo da Catedral da Ressurreição, em Kiev, quando começaram os bombardeios. Até achávamos que, com essa crise, ele iria fugir para Roma ou outro lugar, mas ele decidiu ficar e pediu para que todas as igrejas permanecessem abertas para acolher as pessoas que vierem buscar ajuda”, disse.

Dom Volodemer acredita que as razões da guerra se resumem em poder, dinheiro, e influência. “Os analistas, especialistas e historiadores tem dito que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pretende restaurar o império da antiga União Soviética, que tem uma história ainda mais antiga, o Império Russo. É isso que Putin quer: influência, poder, territórios. Ele quer de volta todos aqueles territórios que pertenciam à antiga União Soviética e quer evitar que a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se estendam mais, por isso quer evitar a todo custo que a Ucrânia entre para a Otan e a União Europeia”.

Dom Volodemer também disse que povo ucraniano já passou por outras guerras e isso o caracteriza como um povo de resistência. “ é um povo de resistência, de sofrimento que vem de longa data, que já sofreu muito durante a guerra, que teve muita gente eliminada. Depois, é um povo que sofreu nos países de imigração. As coisas não foram fáceis em nenhum lugar, mesmo em países desenvolvidos como o Canadá e os Estados Unidos, os ucranianos sofreram. Porém, como é um povo resistente, forte, de luta e de fé, eles conseguiram evoluir na vida, prosperaram, tanto é que hoje em dia a maioria tem um nível bom de vida, inclusive aqui no Brasil. É um povo resistente e de muita fé.

 O Arcebispo lembrou ainda que outra característica forte é que o povo ucraniano conserva ao máximo a sua cultura, inclusive o idioma ucraniano, que é a mais difícil e complicada.

A entrevista completa você pode conferir acessando: https://www.cnbb.org.br/entrevista-com-dom-volodemer-koubetch/

Mas você sabe o motivo que levou a Rússia entrar em guerra contra a Ucrânia?

Na madrugada da última quinta-feira, dia 24 de fevereiro, a Rússia iniciou bombardeios que se espalharam por várias cidades da Ucrânia ao longo do dia, após quatro meses de crise com o Ocidente.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou uma operação militar como forma de “proteger a população de Donbass”. No local, ficam duas repúblicas separatistas pró-Rússia (Donetsk e Luhansk), que foram reconhecidas como independentes por Putin. O avanço das tropas russas sobre o sudeste da Ucrânia gerou uma forte reação da comunidade internacional.

Por sua vez, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Olexandrovytch Zelensky , pediu ajuda: “Falei com Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia), Emmanuel Macron (presidente da França), Karl Nehammer (chanceler da Áustria) e Recep Tayyip Erdoğan (presidente da Turquia) sobre sanções concretas e assistência concreta para nossos militares. Estamos aguardando uma ação decisiva”, disse.

O conflito que o mundo vê agora acontece em uma região ucraniana próxima da Rússia, que formava a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A relação entre Rússia e Ucrânia começou a se desgastar mais após o fim da URSS. Isso porque, logo após a divisão da União em várias nações, os Estados Unidos decidiram agregar mais países à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e com isso, iniciou-se um debate para a entrada da Ucrânia no bloco.

Durante anos esse assunto ficou esquecido, até que, em 2014, após uma revolução, quem assumiu o poder na Ucrânia foi Petro Poroshenko. Sendo uma liderança mais próxima do Ocidente, sua eleição voltou a chamar a atenção de separatistas. Tal fato juntamente com a anexação da Crimeia, região de controle ucraniano, no mesmo ano, piorou ainda mais a relação entre os dois países. A situação parecia controlada, até que os debates envolvendo a entrada da Ucrânia na Otan voltaram a ganhar tração após a eleição de Zelenski.

Com a economia fragilizada pela pandemia de coronavírus e a política em crise, acompanhada de um avanço sistemático da Otan sobre a Ucrânia, Putin viu incentivos internos e externos para tentar aumentar a popularidade de seu governo retomando uma área que ele entende que sempre foi bastante próxima da Rússia.

Desde novembro do ano passado, os russos passaram a aumentar as tropas na região de fronteira com a Ucrânia. O discurso, na época, era de que os soldados russos posicionados na fronteira estavam apenas fazendo exercícios militares. Na mesma época, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertava para movimentos “incomuns” na região fronteiriça.

Nos últimos dias, os movimentos ficaram mais agressivos e calculados e na segunda-feira, dia 21 de fevereiro, Putin informou que reconheceu como países independentes duas áreas separatistas da Ucrânia, Donetsk e Lugansk, após solicitação pública dos líderes de ambas. Esse reconhecimento foi visto como uma violação flagrante do direito internacional, segundo a União Europeia, e um primeiro passo para justificar uma invasão.

O passo seguinte foi Putin dizer, no mesmo dia 21, que enviaria tropas “em missão de paz” para garantir a segurança das áreas separatistas. Para a população russa, a informação passada era a de que havia um “genocídio” contra a população russa nessas áreas realizado por tropas ucranianas.

Nesse meio tempo, a comunidade internacional começou a reagir com uma série de sanções. O presidente americano, por exemplo, cortou o governo da Rússia do financiamento ocidental e anunciou que instituições financeiras e a elite russa também sofreriam restrições, na terça-feira, dia 22.

As medidas anunciadas por uma série de potências, no entanto, não fizeram Putin recuar. Após quatro meses de intensa negociação, o presidente russo optou por invadir a Ucrânia na madrugada da quinta-feira, dia 24.

Links:

 

Padre brasileiro acolhe refugiados em paróquia em Kiev e diz não querer sair da Ucrânia

O padre Lucas é brasileiro das comunidades neocatecumenais, ordenado em Kiev, a foto da matéria não é montagem, foi tirada por ele na manhã do dia 28 de fevereiro, quando ia para a Igreja celebrar a missa!

https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2022/02/28/padre-brasileiro-acolhe-refugiados-em-paroquia-em-kiev-e-diz-nao-querer-sair-da-ucrania-na-alegria-ou-na-guerra.ghtml

 

Mensagem do Emanuel caminha em Águas Claras e está em missão na Ucrânia

Queridos irmãos,

Hoje por volta dás 07h aqui na Ucrânia, acordamos com uma forte sirene, era o alerta de guerra, durou aproximadamente 20 minutos e foi seguido por um alerta também sonoro que informava que estamos sobre regime de lei marcial.

Onde vivemos pudemos escutar explosões às 08:15.
Mas não afetou nada onde moramos, abastecimento de luz, água e gás.

O principal impacto até o momento que podemos perceber é o pânico, uma corrida atrás de medicamentos, alimentos e combustível.

Nós seguimos a orientação e estamos em casa, preparamos uma laudes com as crianças, explicamos sobre toda a situação, rezamos e eles estão muito bem.
(não entedem a situação e imaginam algo como filme do capitão américa)

Nós seguimos com espírito tranquilo e abertos a vontade de Deus.

Por fim, rezem por nós e pela a evangelização, que até o momento seguiremos fazendo. Estamos bem e especialmente agradecidos a Deus por nos permitir estar em comunhão, no matrimônio, com a comunidade e com os catequistas.

 

Mensagem do reitor de um seminário Redempt Mater na Ucrânia (são 3 seminários na Ucrania)

Caros Cláudio, Nenei e Sérgio.

Que a paz esteja com você!
Quero começar com esta saudação, porque vejo que precisamos não apenas de paz material no país, mas também de manter a paz em nossos corações, onde está ocorrendo outra guerra: a de não ceder ao ódio e ao desespero.
Novamente na convivência de dezembro tínhamos planejado uma convivência para esta semana para os três seminários de RM da Ucrânia aqui em Uzhgorod, onde convidamos Francesco Voltaggio (que partiu na quinta-feira) e Ezechiele Pasotti (ainda aqui conosco até segunda-feira).
Isso provou ser providencial, porque a guerra nos encontrou em uma área segura, ou seja, a Transcarpácia.
Mas a tragédia não nos deixa indiferentes. O pânico é geral e as pessoas têm muito medo.
Podemos ler o desespero e o medo nos olhos daqueles que buscam refúgio aqui, vindos de Kiev e de outras cidades afetadas pelo conflito.
Muitas famílias em missão estão fugindo e fazemos o possível para recebê-las e deixá-las atravessar a fronteira. São cenas muito dolorosas. Cumprimentamo-nos em lágrimas sabendo que deixaram um lar, uma missão, as pessoas que amavam, mas não foi possível fazer de outra forma.
Eles prometem voltar o mais rápido possível. O Senhor abrirá o caminho.
Alguns padres retornaram imediatamente, assim que a guerra estourou, a Kiev para ajudar as missões a escapar e permaneceram na paróquia com as pessoas que não podem evacuar.
A guerra é realmente algo que não podemos imaginar até que seja experimentada. Tudo o que parecia importante para mim não é mais importante. O que era certo agora é incerto.
E o Senhor fala fortemente na Palavra e nos irmãos. Agora compreendo ainda mais o dom do meu celibato. Não ter que pensar em esposa e filhos, mas apenas na minha missão e nas pessoas necessitadas. E eu vivo este tempo como uma graça.
Vejo que é da vontade do Senhor ficar aqui e conscientizar as pessoas de que há esperança e que a Igreja não as abandona.
Ore por mim e por todos nós.
Tenho certeza de que, se algo for destruído ou perdido, Ele o reconstruirá e o encontrará novamente.
Se os irmãos lhe perguntarem sobre mim, diga-lhes que estou feliz por estar no lugar onde o Senhor me chamou. Não é heroísmo, apenas discernimento.
E vamos ver que grande bem o Senhor trará de todo esse mal.
Paz
Francisco

 

https://www.religionenlibertad.com/europa/319485376/familias-mision-neocatecumenal-ucrania-testimonio-fe.html?eti=3609#%23STAT_CONTROL_CODE_3_319485376%23%23

Irmã Giustina cuida de bebês em estado terminal

https://pt.aleteia.org/2022/03/01/ucrania-em-meio-a-guerra-irma-giustina-cuida-de-bebes-em-estado-terminal/

Presença ucraniana no Brasil

Os descendentes de ucranianos no Brasil constituem hoje uma comunidade de mais de 500 mil pessoas e estão localizados em sua maioria – cerca 80%, ou seja, acima de 400 mil – no Paraná e os demais principalmente ao norte de Santa Catarina, mas também no Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Brasília, Minas Gerais e demais Estados. No Paraná a maior concentração de ucranianos encontra-se em Curitiba, com aprox. 55.000 pessoas (cerca de 3% da população local), mas o maior percentual local ocorre no Município de Prudentópolis, onde numa população de acima de 50 mil, os habitantes de origem ucraniana somam mais de 38 mil, ou seja, cerca de 75% da população local, seguido de Mallet, onde o percentual de descendentes de ucranianos gira em torno de 60%, Paulo Frontin – aprox. 55 %, Ivaí e Antônio Olinto – aprox. 45%, Rio Azul e Roncador – aprox. 30%, União da Vitória e Paula Freitas – aprox. 25%, Cruz Machado e Pitanga – aprox. 20%, Irati – aprox. 12%; em outras cidades o percentual é abaixo de 10%. ( com informações da Metropolia São João Batista (PR)).

 

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