Dr. Cláuber Laham - São Paulo - SP

A osteoporose é uma doença sistêmica que é caracterizada por massa óssea reduzida e deterioração da micro-arquitetura do tecido ósseo, levando à fragilidade mecânica e consequente predisposição a fraturas com trauma mínimo.

Atinge ambos os sexos e as diferentes faixas etárias. Embora sua maior prevalência seja em mulheres na pós-menopausa, esta doença também acomete os homens e isso já está se tornando um objeto de preocupação.

As causas de osteoporose mais comuns em homens são: hipogonadismo (testosterona baixa), tratamento com glicocorticóides (uso de medicamentos que contêm “cortisona”), consumo de bebidas alcoólicas e osteoporose idiopática (sem causa definida).

O pico de massa óssea é um dos mais importantes fatores determinantes de osteoporose, considerando-se que aproximadamente 50 a 60% da massa óssea do adulto é determinada geneticamente. Este pico se estabelece entre os 20 e os 35 anos de idade, mas a maior parte da massa óssea é acumulada até o final da adolescência. O pico é cerca de 8 a 10% mais alto em homens devido aos hormônios sexuais, mas o pico de massa óssea também reflete a ação de hormônios como o do crescimento, cujos níveis aumentam agudamente durante a puberdade, estimulados pela elevação dos níveis de esteróides sexuais. Além disso, a massa óssea é maior em homens porque estes apresentam esqueletos maiores e seu período de perda óssea se inicia mais tardiamente que o das mulheres, cerca de uma década depois. Esta perda é mais branda em homens que em mulheres, o que é parcialmente atribuível à ausência de um processo semelhante à menopausa.

A prevalência de fraturas de coluna ou fêmur em homens é em torno de um terço daquela observada em mulheres. Quando comparamos homens e mulheres com a mesma DMO (densidade de massa óssea) na densitometria, o risco de fratura é maior em homens, e esta é a mais importante complicação da osteoporose. O risco de um homem apresentar, ao longo de sua vida, uma fratura clinicamente diagnosticável de quadril, punho ou vértebra é baixo. Mesmo após o ajuste para fatores como idade, peso corporal e atividade física, desordens ligadas à osteoporose secundária (causada por outras doenças ou medicamentos) estão associadas a um aumento de duas vezes no risco de fratura em homens, o que é agravado com a ocorrência de fraturas prévias, gerando aumento do risco para novas fraturas.

A fratura de quadril relacionada à osteoporose pode levar a uma redução geral da sobrevida. Em homens idosos, isto é ainda mais preocupante quando comparado com mulheres na mesma condição. A grande maioria das vítimas de fratura de quadril é hospitalizada e, mesmo um ano após a fratura, não recobram a capacidade de caminhar sem ajuda, não recuperam a capacidade de movimentação independente. Fraturas vertebrais estão muito associadas a dor e deformidades de coluna.

Por todos esses fatores, a osteoporose tem alto custo sócio-econômico: desde a provável hospitalização quando há fraturas, até a assistência necessária pós-traumática.

Sendo assim, o mais recomendado para garantir saúde e bem-estar é a prevenção. A nutrição adequada rica em cálcio e vitamina D, a exposição ao sol em períodos adequados e com protetor solar, o estímulo da massa óssea através da atividade física e o acompanhamento regular com o médico de confiança garantirão a saúde óssea em todas as fases da vida, inclusive na terceira idade.